“Em meio a uma onda reacionária imersa na crise do capitalismo global, o rock se viu afetado como expressão musical de rebeldia juvenil mais impactante no século XX. Aparentemente esse gênero teria envelhecido mal se tornando música de senhores conservadores dos “bons costumes”. Sua origem negra e suas formas mais combativas, como o punk, e suas vertentes mais miscigenadas com pitadas afro como o funk e o ska, foram todas escamoteadas ao ponto de chegar aos punks de direita ou “punks filhos de empresário”, como já havia denunciado a Onda Errada em EP anterior. 
 A banda niteroiense pode ter esse nome pois certamente toma o rumo inverso ao cenário descrito acima. Em sua nova fase, o quinteto formado em 2018 por Jean Chactoura (vocal), Mateus Ferrari (guitarra/vocal), Gustavo Felix (guitarra/vocal), Vinícius Câmara (baixo/vocal) e Brayner Rodrigues (bateria) funda sua música em torno de três pilares: o antifascismo, dando a tonalidade combativa da música, a temática que nos insere na dinâmica Nuestra América tão pouco tratado no rock “colonizado” brasileiro e, ainda na toada latino-americana, o grupo se aproxima de uma expressão rockeira típica de nosso subcontinente: a fusão entre punk/hardcore e a música jamaicana.”