revitalização da herança nortista e nordestina através do rap transcendental de Meu Chegas. O canto veio antes da palavra. Por isso a música é tão potente para nossas almas. Meu chegas, traz no canto, na voz grossa, no sotaque carregado, uma história do corpo marginalizado, da intensidade, do Marighella e do indígena. O canto conta coisas da vida. É por meio do lançamento do Ep. Intenso que Meuchegas conta sua própria história através da arma da sabedoria. O álbum inteiro é uma narrativa. O artista quer mostrar para o que veio. A primeira música Intenso, é uma apresentação, o começo do espetáculo, onde você entende o flow sujo e a métrica diferenciada. Redução de danos, soa como um clássico do albúm. O beat mistura a finesse do boombap com um sample de Chico César e saxofones chorosos em Jazz. Trazendo uma atmosfera transcendental, ritualística, brasileira. A música também apresenta uma parceria potente entre dois MCs poetas, conversando sobre as memórias de se viver na periferia em tempos apocalípticos, um lembrete sobre a auto-destruição, as crises internas e aquelas que sentimos a nossa volta. O álbum Intenso em si, é um grito cultural, uma denúncia, apontando com o dedo as hipocrisias dos “doutô”. Potente, sagaz e transcendental. É um álbum para se ouvir e pensar, uma escuta ativa, altiva e motivante. É uma história oral traduzida em formato de EP. Caminha entre o boombap, o trap, o ragga. Meu Chegas amadurece para se tornar o maior do RN em meses.