As referências musicais e ancestrais de Rafa Almeida, Nego Henrique e Emerson Calado mesclam as sonoridades que compõem Okalonam. Nego Henrique e Rafa Almeida são ogãs (médiuns responsáveis pelo som e canto dos terreiros de Umbanda e Candomblé) nascidos e batizados pelo axé das nações Nagô e Jeje. Já Emerson tem origem indígena, mais exatamente da tribo Xucuru em Pesqueira, agreste de Pernambuco - maior comunidade de índios no Nordeste. Envolvidos pelo batuque da Jurema Sagrada, pingam a negritude vinda do místico Morro da Conceição, bairro de Casa Amarela na Zona Norte do Recife, onde cresceram. Okalonam se propõe a ser enredo, numa visitação dos lugares e sons experienciados pelo de corpo e alma pelos seus criadores. Coloca lado a lado ancestralidade e modernidade, profundidade e fé. “O público pode esperar um espetáculo de som. Uma experiência imersiva. Você entra dentro da música para sentir a energia e a força do candomblé”, completou Rafa Almeida. Okalonam é uma expressão da língua iorubá e vem da junção dos termos “oka”, casa dos índios, e “lonam”, caminho, adaptando para o português “caminho de casa”. Okalonam simboliza e marca não só a trajetória artística, mas também toda sonoridade e religiosidade do trio.