O projeto CORTE foi concebido pelo músico e produtor musical Marcelo Dworecki, que já havia trabalhado com a cantora e compositora Alzira E em seu álbum mais recente, O que Vim Fazer Aqui (Traquitana Discos). A ideia era criar uma sonoridade pesada e roqueira que se adequasse às recentes composições de Alzira E. Além de cantar, Alzira E também toca baixo em algumas canções com uma desenvoltura própria de quem compõe a partir desse instrumento. Marcelo Dworecki e Fernando Thomaz, parceiros em vários projetos, formam uma base densa, em sintonia nas levadas mais caóticas. O barulho, o peso e os ritmos hipnóticos formam uma massa sonora que sustenta temas filosóficos profundos, cantados de forma pungente. Afiadas, as letras trazem em si um corte em potencial: questionamentos sobre as relações humanas que levem à transformação. No primeiro álbum da banda, as composições são cíclicas, sem um caminho harmônico definido. Os instrumentos de sopro não são tocados em naipe, Cuca Ferreira e Daniel Verano ficam propositalmente em lados opostos do palco. Os músicos se destacam como criadores de climas, texturas, ruídos que sirvam de combustível para as invenções mântricas de Alzira E, que, como cantora, dá vazão à sua veia mais roqueira. Em 2023, o CORTE se encontra mais uma vez em estúdio para produzir seu mais novo lançamento, o álbum Mata Grossa. Mata Grossa é a quebra e a cobra coral, é a voz de outro tempo ecoando em nossa memória. Não estamos em tempo de fazer música de varanda!