Por Erick Mota – jornalista e fotógrafo Água-terra-ar, assim pode ser definida a trilogia do músico Dabliu, que após cinco anos do lançamento do seu último disco, batizado de Ilha Desconhecida, lança em 2020 o seu terceiro disco – “Ares”. Segundo o próprio cantor, esse trabalho representa o fim de um ciclo, que pode ser vivido e sentido pelos fãs, através de uma imersão em sua obra. Após o lançamento do disco Ilha Desconhecida Dabliu não seguiu o protocolo de divulgação comum aos músicos e seguido por ele no primeiro trabalho Sobre os Ombros de Gigantes (Versão Estendida), de entrevistas na mídia, agenda de shows e eventos públicos, ao contrário, Dabliu arrumou as malas e voou pelos ares sentido Londres. Quem ouviu atentamente o disco “Ilha Desconhecida” sabe perfeitamente porque o cantor escolheu esse caminho. O disco, que na trilogia é o que representa terra, está repleto dos sentimentos controversos que esse mundo do entretenimento a qualquer custo traz. Já no primeiro trabalho, que representa a água, Dabliu se mostra vulnerável e potente ao mesmo tempo. Ele é como um menino, que descobre que se subir nos ombros dos gigantes, que são justamente seus medos, sua arte, seus amigos e seus amores, ele poderá ver o mundo de outra maneira e assim ir ainda mais longe. É como se o gigante resgatasse Dabliu do fundo do mar e o colocasse em terra firme, onde anos mais tarde ele descobriria que poderia voar pelos ares.