Com 6 discos já lançados, o cantor/compositor/produtor e multi-instrumentista Felipe Neiva nos apresenta uma vasta discografia criada com base no experimentalismo, pop conceitual e Free jazz. Suas diversas influências vão de Jards Macalé a Cat Power e de Elliott Smith a Haruomi Hosono. Em seu último disco, "Filho." (2019, Cavaca Records), Neiva propôs um mergulho profundo e subjetivo, em nove faixas através de músicas experimentais e motivações íntimas, para se repensar a contemporaneidade em termos das potências fascistas vigentes. Já em seu novo disco, “tanto.” (2020, Cavaca Records), que começou a ser divulgado através dos singles "Mata Atlântica" e "FORA!", o artistas criou canções, ora dançantes/ora reflexivas, sobre os efeitos de se relacionar intensa e profundamente com alguém num tempo-espaço de extremo genocídio e etnocídio de minorias (correndo o risco de ser o último momento da história com existência de povos indígenas/tribos, por exemplo). “tanto.” é sobre como essas realidades violentas se interconectam dentro e fora de nós. Ambos, “filho.” e “tanto.”, são discos que fazem parte de um único projeto, o “Guerras Íntimas”. Dividido assim, em dois discos, transborda o experimental singular de Felipe Neiva, aliado de uma incrível sensibilidade e espiritualidade raramente encontrada no cenário atual de música alternativa e independente do Brasil. Por: Cainan Willy