A cantora amazonense Márcia Novo traz para a música do Norte aquilo que carrega no sobrenome: a originalidade, fruto da fusão criativa dos ritmos populares que cruzaram seu caminho ao longo dos 20 anos de carreira. De família tradicional de Parintins, interior do Amazonas, e do nordeste, a sonoridade da cantora mescla, sobretudo, o boi-bumbá, o brega e o forró, ritmos amplamente difundidos na cultura das duas regiões. E é nessa sua vivência que Márcia encontra espaço fértil para criar seu diferencial. Dos diálogos nas ruas e beiras de rio, surgem letras que exaltam gírias, sotaques e trejeitos nortistas, a exemplo de “I love you, mas num fresque não” e “Surubim”, seus últimos lançamentos. Tudo isso muito bem combinado à estética do Pop Music e à famosa “fuleragem”, o jeitinho Márcia de transformar música em uma experiência leve, colorida e bem humorada. E engana-se quem pensa que sua performance se limitem aos palcos. Márcia é também idealizadora do projeto “Vidas Indígenas Importam”, que durante a pandemia arrecadou mantimentos para populações indígenas vulneráveis, e também do festival ambiental “Tarumã Alive”, que tem como foco a conservação da maior bacia hidrográfica urbana de Manaus, a Tarumã-Açu. Para além de referência cultural da Amazônia, Márcia é figura de conexão social, tendo o seu ativismo reconhecido pela revista Vogue em 2020, quando foi eleita uma das “12 Guardiões da Floresta”, na edição especial “Vogue Brasil sobre a Amazônia”.