Producer, beatmaker, Dj and brain melting facilitation. Onde estão os pretos de Porto Alegre? Tô duvidando que vc mereça, mas vou dizer: pare de perguntar e comece a investigar pelo som dos graves e das batucadas extraordinárias que ressoam dos tambores digitais, que ecoam na madrugada cortante, timbres e beats que fazem estremecer os pátios das fábricas abandonadas da velha POA. Saskia é expressiva nesse quilombo sonoro, negra por natureza e malandragem, a voz e as máquinas acopladas em interação digital-virtual, urbana, suburbana e rural. Situada em todos os centros e periferias por onde passa, sua voz tensiona o arco e se embaralha aos sons preenchidos por malícia e sarcasmo em forma de ritmo. A comunicação não se concretiza apenas através dos cabos de fibra ótica ou quando se tromba com a parceiragem nas ruas, mas pelo cultivo de uma atenção indevida a tudo aquilo que ainda não lhe pertence.Saskia é uma força que não se controla, mas que parece estar em plena posse de seus movimentos corporais, expressões faciais e modos de cantar, falar e interagir com as máquinas. Máquinas que são como a extensão de seu próprio corpo, conectado de forma inconsequente com a geopolítica sonora de um mundão em estado de guerra. Saskia é dynamite, Iansã, rainha dos raios — ela mesma um raio que irrompe do barro chão eletrizando a pista. Você não tem outra opção, acorda!